Segunda, 15 de Setembro de 2025
Em artigo publicado no The New York Times intitulado 'Democracia e Soberania Brasileiras São Inegociáveis', o presidente Luiz Inácio Lula da Silva respondeu aos argumentos do ex-presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, sobre o tarifaço imposto aos produtos brasileiros.
Lula ressaltou que nos últimos 15 anos, os Estados Unidos registraram um superávit de US$ 410 bilhões nas relações comerciais com o Brasil. Ele também argumentou que não há excessos nas cobranças de tarifas por parte do Brasil e que aproximadamente 75% das exportações dos Estados Unidos para o Brasil são isentas de impostos.
O presidente brasileiro defendeu o multilateralismo como o melhor caminho para as relações entre os países, destacando os números favoráveis aos Estados Unidos na balança comercial bilateral e classificando a decisão de taxar os produtos brasileiros como uma medida política.
Ao abordar a questão como política, Lula fez uma forte defesa da soberania brasileira e do sistema judiciário.
Ele criticou as alegações de Trump de perseguição ao ex-presidente Jair Bolsonaro – condenado a 27 anos de prisão por tramar um golpe de estado – e os esforços de regulamentação das big techs, grandes empresas de tecnologia dos Estados Unidos.
Outro ponto defendido pelo presidente Lula foi a implementação do sistema de pagamentos digital, o PIX, que possibilitou a inclusão financeira de milhares de cidadãos e empresas do país. Além de facilitar as transações e estimular a economia.
A Amazônia também foi um tema central no artigo, com Lula destacando que, nos últimos dois anos, a taxa de redução do desmatamento caiu pela metade e que, no ano passado, a polícia brasileira apreendeu milhões de dólares utilizados em esquemas criminosos contra o meio ambiente.
Por fim, o presidente Lula reafirmou a disposição do Brasil em negociar o tema das tarifas com os Estados Unidos, recordando que os dois países mantêm relações há mais de 200 anos e que as diferenças ideológicas não devem prejudicar o trabalho conjunto das duas nações.