Quinta, 17 de Abril de 2025
Um levantamento recente do Fórum Brasileiro de Segurança Pública e do Instituto Datafolha expõe um cenário alarmante: 37,5% das mulheres no Brasil relataram ter sofrido algum tipo de violência nos últimos 12 meses. Esse percentual, o mais alto já registrado, equivale a 21,4 milhões de vítimas, representando um aumento de 8,6 pontos percentuais em relação ao estudo anterior. Os dados, divulgados no Anuário Brasileiro de Segurança Pública 2024, mostram ainda que, diariamente, quatro mulheres são assassinadas no país por motivos relacionados ao gênero.
A pesquisa aponta que, em 90% dos casos, os agressores são homens, sendo que 84% deles são parceiros ou ex-parceiros das vítimas. Além disso, 57% das ocorrências de violência acontecem dentro da residência da mulher, transformando o lar, que deveria ser um local de segurança, em um ambiente de risco.
Ações em Mato Grosso do Sul
No Mato Grosso do Sul, o governo estadual tem intensificado esforços para aprimorar o atendimento às mulheres vítimas de violência. Em uma reunião realizada no último dia 17 de março, lideranças femininas de diversos grupos – incluindo indígenas, negras, quilombolas e transexuais – apresentaram demandas e sugestões para melhorar os serviços de acolhimento. O encontro foi coordenado pela deputada estadual Gleice Jane e contou com a presença do vice-governador José Carlos Barbosa (Barbosinha), da secretária Viviane Luiza (Cidadania) e da subsecretária Manuela Nicodemos (Políticas Públicas para Mulheres), entre outras autoridades.
O governador Eduardo Riedel destacou os desafios enfrentados na área. “O tema é complexo, envolve educação, políticas públicas, transporte, e outras inúmeras coisas. É desafiador transformar a realidade, mas o Mato Grosso do Sul tipifica os crimes de maneira correta e estamos aqui com absoluto compromisso com as mudanças necessárias”, afirmou. Ele ressaltou ainda a importância de agilizar e aprimorar a estrutura de assistência às mulheres.
Adriane da Silva Soares, representante quilombola, reforçou a necessidade de ampliar o atendimento. “Viemos reivindicar uma série de mudanças necessárias para a melhoria do atendimento às mulheres, especialmente na área rural e no interior do Estado, pois é necessário que a estrutura chegue à todas que precisam de acolhimento nos municípios”, disse.
Compromisso com mudanças
O vice-governador José Carlos Barbosa (Barbosinha), que coordena o Grupo de Trabalho criado para melhorar o atendimento às mulheres, reconheceu as falhas existentes e afirmou que o Estado está atuando em diversas frentes para solucionar os problemas. “O Estado reconhece as falhas e estamos atuando em todas as áreas para poder solucionar os problemas, desde o atendimento na Casa da Mulher Brasileira até o andamento das investigações, dando celeridade nas mais diversas frentes de trabalho”, declarou.
A reunião também contou com a participação de deputadas federais e vereadoras de cidades como Campo Grande e Ribas do Rio Pardo, reforçando o compromisso coletivo com a proteção e o apoio às mulheres em situação de vulnerabilidade.